Conheça as bases que irão incentivar o crescimento do mercado imobiliário em 2020
*Por João Teodoro, presidente do Sistema Cofeci-Creci
Limiar de Ano Novo! Momento oportuno para fazer um balanço dos principais acontecimentos e estabelecer perspectivas para o ano vindouro. O atual Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida Júnior, de maneira muito didática e coloquial, permitiu a circulação pela internet do que ele entende como motivos para otimismo em 2020.
A taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), usada para balizar a taxa básica de juros aplicável à economia, começou 2019 em 6,5% e terminou em 4,5%, o menor percentual desde que foi criada. Descontada a inflação anual acumulada até novembro, de 3,27%, restam juros anuais de 1,23%.
A BOVESPA começou o ano em 88 mil pontos; termina com 115 mil. Crescimento de quase 24%, descontada a inflação. A queda das taxas de juros alavancou a economia expandindo em 16,2% o crédito às pessoas físicas. Juros menores reduzirão nossa dívida pública já a partir de 2020. O déficit primário da economia, inicialmente previsto em R$132 bilhões, fechará o ano em cerca de R$ 80 bilhões, permitindo o desbloqueio total dos valores contingenciados do orçamento da União, cerca de R$ 14 bilhões.
De janeiro a novembro de 2019, o CAGED, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, registrou 984.344 novos empregos formais, revertendo a malévola tendência de crescimento do desemprego. Segundo a Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores, a indústria automobilística cresceu 10,33% de janeiro a novembro, em relação ao mesmo período de 2018, sinalizando recuperação gradual do setor.
O IBGE anunciou crescimento de 6,4% da safra de grãos em 2019 ante 2018, e de 16,2% em 2020 em relação a 2019. A produção industrial caiu 1,1% até outubro, mas há fortes indícios de crescimento da economia. O volume de serviços e vendas no varejo, que em 2018 acumulou perdas de 0,2% até outubro, neste ano cresceu 0,8%. A reestruturação dos bancos públicos e estatais proporcionaram ao governo dividendos de R$20,8 bilhões contra R$7,8 bilhões em 2018. Crescimento de 166% em apenas um ano.
Há uma revolução silenciosa acontecendo na economia pública brasileira, com desinvestimentos que refletem direta e positivamente na economia privada, como a venda de estatais deficitárias, a venda de ativos da CAIXA, do Banco do Brasil, do FIES, do FI-FGTS e do BNDES, entre outros. Com o mesmo propósito, foram revistos os contratos de cessão onerosa com a Petrobrás, permitindo o leilão de duas áreas do pré-sal, com arrecadação de R$ 70 bilhões, proporcionando enorme geração de empregos e investimentos por vários anos.
A reforma da Previdência proporcionará economia de cerca de um trilhão de reais em 10 anos. Dez estados brasileiros já aderiram à reforma; outros oito já encaminharam proposta no mesmo sentido. Apesar da tragédia de Brumadinho, da guerra comercial entre EUA e China e da crise argentina, que prejudicam a nossa economia, muitos analistas já apostam em crescimento de 2,5% do PIB brasileiro em 2020. No mercado imobiliário, a acentuada queda dos juros e a portabilidade contratual são fortes indicadores de dias melhores. FELIZ ANO NOVO!!!